
O estresse laboral, entretanto, é nocivo tanto para o indivíduo quanto para as organizações, gerando altos custos e perdas para ambos. As organizações são afetadas pelo absenteísmo, pela alta rotatividade e vultosas indenizações enquanto que os trabalhadores sofrem com problemas físicos, mentais, sociais e emocionais. A queda de desempenho, da produtividade e a ocorrência de acidentes graves também podem ser encontradas nesse contexto.
O estresse laboral reflete na área física do indivíduo por meio de dores de cabeça, ranger dos dentes, dores no pescoço e no ombro, gastrites, colites, ganho ou perda de peso, palpitações cardíacas e aumento da pressão arterial, além do aparecimento de doenças mais graves como cardiopatia. Na área psicológica ocasiona ansiedade, insônia e depressão. No comportamento surgem os tiques nervosos, falar rapidamente, fadiga, indecisão e perda de eficiência no trabalho. Nesse caso, quanto maior a demanda e menor o controle do evento pelo trabalhador, mais provável será a ocorrência do estresse.
O estresse laboral crônico e prolongado pode levar ao desenvolvimento da síndrome de “burnout” que ocasiona a exaustão emocional, sensações de ceticismo e ineficácia (desligamento do trabalho). Na exaustão emocional o trabalhador se sente exaurido, além de seus limites, esgotado, sem qualquer fonte de reposição. A despersonalização é a sensação de ceticismo, com desenvolvimento de atitudes frias, negativas e insensíveis, em que a pessoa se torna desumana, hostil e intolerante aos relacionamentos interpessoais. E por último, a ineficácia, com sentimento de baixa realização profissional ou ineficiência, em que a pessoa tem a autoestima profissional rebaixada.
As organizações podem prevenir o aparecimento do estresse em seus colaboradores ao intervir nos principais eventos estressores laborais tais como: exercer menos pressão sobre a produtividade (contratar mais pessoas); oferecer condições favoráveis para o trabalho (ambiente físico adequado – iluminação, ventilação, limpeza, organização), realizar treinamentos constantes (desenvolver competências técnicas, emocionais e não se esquecer das comportamentais), eliminar a relação abusiva entre supervisores e subordinados, planejar e controlar melhor as tarefas, evitar longas horas e trabalho e ciclos ininterruptos. Oferecer e monitorar os resultados de programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) também é uma boa estratégia.
Os indivíduos por sua vez podem desenvolver estratégias individuais de enfrentamento ao estresse laboral (coping), tentando reagir contra essa perturbação. É o que chamamos de “manejo” para o qual seguem algumas dicas: não fazer tudo sozinho, encontrar formas de dividir as responsabilidades, trabalhar em equipe, exercitar o autocontrole e o equilíbrio emocional; administrar o tempo, dialogar com os subordinados e a chefia para tentar resolver os conflitos, praticar esportes, adotar técnicas de relaxamento e alimentar-se saudavelmente.
Cada indivíduo possui um grau de resiliência, algumas pessoas podem enfrentar as situações estressoras, passar por elas e se restabelecer prontamente e outras precisam de mais tempo, enquanto outros podem praticar a “esquiva” afastando ou evitando o evento estressor enquanto não se sentirem preparados para enfrentá-lo.
Autora: Profa. Dra. Yeda Oswaldo - Fonte: Gazeta de Limeira, página 2, Coluna Painel Corporativo, 26 de maio de 2013.
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