O NOVO MODELO DE GESTÃO DE PESSOAS - POR COMPETÊNCIAS

A necessidade das organizações em se posicionar frente ao cenário competitivo fez com que a adoção de tradicionais modelos de gestão de pessoas fossem repensados pois já não oferecem mais respostas adequadas aos desafios impostos por essa nova ordem. Tornou-se necessário uma proposta inovadora de atuação na área de gestão de pessoas, focada nas competências individuais associadas às competências organizacionais.

            São as pessoas com suas competências que farão a diferença no atual mercado competitivo. Para os autores norte-americanos como McClelland e Boyatzis, competências são definidas como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) relacionado a atuação e responsabilidades dos profissionais que corrobora para uma alta performance.

            Diante desse contexto, as organizações dependem cada vez mais do grau de envolvimento e do comportamento das pessoas para alcançar os objetivos de seus negócios já que são elas o principal fio condutor para os bons resultados. O comprometimento e o envolvimento das pessoas se tornam fatores decisivos na competitividade e tem como principais metas o maior nível de produtividade e qualidade nos serviços e produtos, a agilidade na assimilação de novas tecnologias e a rapidez às respostas do mercado.

            Sendo assim, a área de gestão de pessoas precisa ser revista e adequada em suas políticas e práticas, não mais um modelo focado no controle do comportamento das pessoas, mas no seu desenvolvimento, criando condições e estímulos para que os colaboradores possam evoluir continuamente, podendo atuar com maior flexibilidade em uma realidade complexa e repleta de mudanças. Sobretudo, ter o foco no processo integrado, alinhando as necessidades individuais aos objetivos e estratégias organizacionais, numa visão participativa, flexível e efetiva.

            Na Gestão de Pessoas por Competências, o foco principal está no interesse conciliado entre pessoas e organizações, no desenvolvimento mútuo e no intercâmbio constante que resulte na satisfação de ambas as partes. Não é uma tarefa fácil, já que em muitas empresas o que prevalece são os modelos tradicionais, centrados nas práticas rígidas e burocratizadas.  Geralmente esses modelos atendem apenas os interesses das empresas, deixando o principal patrimônio que são as pessoas em segundo plano, o reflete no só no de comprometimento, mas na entrega (realizações/resultado) e no envolvimento dos profissionais.

            A proposta do novo modelo de Gestão de Pessoas é buscar o equilíbrio entre as relações, em que as diferenças individuais e grupais sejam respeitadas numa proposta de parceria mútua entre pessoas e organizações. As principais mudanças nessa forma de gerir pessoas envolvem transformações, a começar no perfil dos profissionais, em que não mais são valorizados aqueles que são obedientes e disciplinados mas principalmente os que apresentam autonomia e empreendimento. Esse cuidado já deve ser observado no estágio inicial de captação do profissional e deve ser avaliado ao longo do tempo no processo de movimentação de pessoas. Outras modificações dizem respeito ao estímulo à criatividade e iniciativa das pessoas, deslocamento do controle para o desenvolvimento dos colaboradores e maior participação no sucesso organizacional.

Afinal, a capacidade para inovar, decidir e agir são prerrogativas humanas, somente as pessoas podem ter ideias, ser criativas, inovadoras, inventar e reinventar e no cenário competitivo, essas características são fundamentais.

 

Profa. Dra. Yeda Oswaldo é doutora em psicologia, mestra em educação, especialista em gestão de pessoas, psicóloga organizacional e palestrante. Escritora, é autora do livro Planejamento e autogestão de carreira – contextos e desafios sob a perspectiva holística (2a. Ed., Editora Livrus). Para saber mais sobre a autora, palestras e demais publicações clique aqui.