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OS PECADOS CAPITAIS DO TRABALHO

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


            Gostaria de compartilhar a publicação da revista VOCÊ S/A (novembro/2012) que aponta os principais erros ou pecados vivenciados no contexto de trabalho e que acabam comprometendo não só o ambiente organizacional, mas a carreira dos colaboradores. Faço aqui uma releitura do artigo.

             Os sete pecados capitais foram estabelecidos pelo papa Gregório Magno no século VI e são: a gula, a avareza, a luxúria, a ira, a inveja, a preguiça e a vaidade/orgulho. São elementos que ferem a Deus, a si mesmo e ao próximo; segundo o catolicismo, quem os pratica merece condenação.

            Fazendo uma analogia com o cenário corporativo, os sete pecados capitais do trabalho ocasionam danos nos relacionamentos interpessoais, no desempenho das equipes e na imagem da organização. Os principais pecados cometidos no trabalho são classificados em: ganância (avareza), soberba, ostentação, ira, preguiça, inveja e intolerância.

 A palavra “ganânciapode ser definida como a ânsia por ganhos excessivos e exorbitantes, avidez, cobiça e o desejo exacerbado de ter ou receber mais do que os outros. Observa-se que cada vez mais, as pessoas estão buscando o “ter” no lugar do “ser”. Acredito que este é o reflexo do sistema capitalista e também das pessoas que estão ligadas ao ganho por ganhar, num processo acumulativo. O profissional ganancioso busca ter cada vez mais, ficar cada vez mais rico, mais poderoso, mesmo que o preço seja sacrificar pessoas ou prejudicá-las, em detrimento de sua satisfação pessoal.

             A “soberba pode ser classificada como comportamento orgulhoso, presunçoso e arrogante. Temos nos deparados com pessoas e gestores que ao assumirem posições de comando e de poder, se tornam bastante vaidosos. A soberba é um dos piores pecados e segundo a Bíblia e a filosofia, vem desde Adão e Eva que buscaram ser igual a Deus. A pessoa soberba sempre acha que o que faz é melhor do que aquilo que os outros fazem. Sempre se vangloria de seus feitos. Uma das estratégias para se evitar a soberba é as pessoas se autoconhecerem e saberem lidar com este sentimento.

             Outro pecado é a “ostentação”, definida como exibição, luxo, riqueza, poder. Profissionais exibicionistas vivem se gabando da sua prosperidade e do que possuem e na maioria das vezes usam do poder para desprezar ou menosprezar o outro. São pessoas que só vivem do status. A grande ironia da ostentação é combater a própria falta de nobreza.

             A “ira", cujo comportamento se manifesta por meio da cólera, raiva, indignação e desejo de vingança, é classificada como um dos pecados corporativos com as piores consequências no ambiente de trabalho. O Instituto do Trabalho Americano apresentou recente estatística onde consta que 17 mil pessoas são agredidas semanalmente do ambiente de trabalho. São agressões proferidas pelos líderes e colegas de trabalho originadas por acessos de raiva ou de cólera. O autocontrole das emoções e sentimentos são fundamentais para que esse erro não ocorra.

             Outro pecado é a “preguiça, definida como aversão ao trabalho, vadiagem. O preguiçoso é, segundo o filósofo Mario Sergio Cortella, aquele que adia em vez de realizar; deixa para amanhã o que pode se fazer hoje. O mais importante para evitar a preguiça é começar, mesmo que seja devagar.
 
            E por último, temos a “inveja” e a “intolerância”. A inveja é o desgosto provocado pela felicidade e/ou posses de outrem.  A inveja é fruto da comparação com os outros, por isso, um exercício prático é o desenvolvimento sistemático da autocomparação, a comparação consigo mesmo. A intolerância é a falta de compreensão ou a intransigência com relação às opiniões, atitudes e crenças dos outros. Saber ouvir e respeitar ideias diferentes é fundamental para livrar-se desse pecado.

            Não é fácil manter a postura e agir corretamente o tempo todo, principalmente em ambientes organizacionais ruins, mas cada profissional deve fazer sua parte, dar sua parcela de colaboração para mudar o “status quo” do que não está bom. Cometer os pecados capitais é humano, o erro é não admiti-los e, pior, não tentar corrigi-los.
 
Fonte: Gazeta de Limeira, 9 de dezembro de 2012, p. 21

Profa. Dra. Yeda Oswaldo é doutora em psicologia, mestra em educação, especialista em gestão de pessoas, psicóloga organizacional e palestrante. Escritora, é autora do livro Planejamento e autogestão de carreira – contextos e desafios sob a perspectiva holística (2a. Ed., Editora Livrus). Para saber mais sobre a autora, palestras e demais publicações clique aqui.

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