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21- O SEGUNDO MELHOR MOMENTO

quarta-feira, 16 de setembro de 2009



O SEGUNDO MELHOR MOMENTO


(Kau Mascarenhas)




João se amargurava por ter perdido uma grande chance de finalmente impressionar Maria e conquistá-la. Por meses desejou que surgisse alguma oportunidade de aproximação e, ali na festa de confraternização da empresa, finalmente ela surgiu.
Maria nunca esteve tão linda. Seus cabelos se tornaram ainda mais capazes de arrancar suspiros com um balanço especial, uma sedosidade que ele adivinhava sem que seus dedos os tocassem, e um tom acobreado novo, conquistado em horas no salão especialmente para aquele evento.
O vestido azul, de corte simples, mostrava acima os ombros bronzeados e, abaixo, os quatro dedos acima do joelho mais impressionantes que ele jamais vira.
Maria se aproximou dele no bar do clube – havia um banco vago que a vida estrategicamente colocara ali para que se juntassem numa conversa menos formal – e seu perfume chegou às suas narinas imediatamente. Era o mesmo perfume de sempre, aquele mesmo que no escritório sempre fazia sua mente viajar em imagens românticas tão intensas.
Ela parecia caminhar em sua direção em câmera lenta. Dizem que o apaixonado vê seu objeto de desejo se movimentar nessa velocidade diferente, como se sua mente destacasse tão fortemente cada gesto que a ilusão acontece invariavelmente, tornando o tempo da imagem diverso do tempo real.
- posso sentar aqui com você? – disse ela de forma doce.
- c-claro... – respondeu João, meio embasbacado, diante do melhor momento para chegar mais perto do coração da jovem.
No mesmo local encontra-se Ana que adoraria uma chance para falar com seu diretor sobre um projeto muito importante para sua carreira. Ela sabia que para isso acontecer era importante ter maior aproximação com ele.
Ela se destacara em todas as oportunidades de mostrar serviço, e apesar de ser muito competente, se percebia parada no tempo. Era como se todas as possibilidades de ascensão estivessem esgotadas, e ela queria mais, pois podia ser mais.
Jorge, seu superior imediato e que era um dos diretores da empresa, estava ali bem à sua frente a conversar com outros colegas, absolutamente disponível, bem humorado, relatando suas divertidas experiências como pescador esportivo pela primeira vez num passeio com amigos.
Ana se aproximou e começou a escutar o que ele dizia. Falava de forma muito espontânea, arrancando risos dos que faziam parte da roda.
Era o seu momento de travar um contato mais próximo, talvez o melhor momento para criar uma ponte com ele, e fazer com que se dissolvessem suas travas em expor-lhe os projetos que idealizava.
Ela estava certa de que implantar aqueles novos sistemas que ela vinha criando, à parte das suas atividades cotidianas, era a solução para muitas dificuldades técnicas em seu setor, e poderia impulsioná-la para vôos mais altos, quem sabe até poderia ser transferida para a matriz da companhia e lá teria condições muito maiores de crescimento.
Talvez aquele bigode que tanto parecia com o do seu pai fosse o problema. Sim, ver na face do chefe uma espécie de sinal de alerta, uma tipo de imagem que produzia nela um misterioso efeito, fazia com que se afastasse. Era o seu calcanhar de Aquiles. Sua relação com o pai nunca fora das melhores, e justamente havia um outro bigodudo agora a representar autoridade em convivência profissional diária com ela. Seria isso?
- Olá, Ana! Venha saber das minhas aventuras. Sabia que seu chefe também tem histórias de pescador para contar? – falou Jorge sorrindo.
Ela apenas lhe sorriu de volta, timidamente, e se aproximou do grupo.
Tanto João como Ana buscavam há muito tempo uma chance que a vida agora lhes concedia. Claro que o seu desejo era acertar. Queriam o melhor momento para fazer abordagem mais efetiva no sentido de criar laços com outras pessoas. Contudo, como dizem alguns, seus medos foram confundidos com seus desejos e as crenças limitantes que possuíam os impediram de realizar seus intentos.
E a ação é o grande remédio para o medo.
Transcrevo abaixo um trecho do cap.5 do meu livro “Mudando para Melhor” que trata desse tema:





Em muitos instantes vale mais fazer algo que não esteja fantasticamente bom do que não fazer nada. Há um grande poder nas mãos de quem age, de quem assume o agora como o melhor momento.
Teria sido melhor deixar de fumar há dez anos. O segundo melhor momento é agora.
Teria sido melhor plantar árvores e reflorestar a Mata Atlântica há 30 anos. O segundo melhor momento é agora.
Teria sido melhor entrar naquele curso universitário há 5 anos. O segundo melhor momento é agora.
Se não foi possível agir antes, aproveite o segundo melhor momento!
Pessoas de sucesso não costumam protelar tanto. Aproveitam o impulso do momento inicial, em que se sentem agitadas pelo sonho, uma vez que sabem residir aí uma força bem maior. Ao deixar para depois, a força motivadora vai caindo e pode chegar aquela sensação de deixa pra lá, que faz acomodar-se.
O grande navegador solitário Amyr Klink disse que na sua viagem à Antártida começou a ouvir um ruído diferente vindo da água. “Pareciam chineses fritando pastéis”, relatou. Na verdade, eram cristais de água doce se formando quando entravam em contato com a água salgada. Era muito belo o efeito visual e imediatamente teve o impulso de fotografar, como fazia com cada experiência diferente que vivia em suas viagens. Pensou, então: “Calma, você terá muito tempo para isso…”. No restante da viagem, durante os 367 dias que se seguiram, para sua tristeza, nunca mais voltou a presenciar o fenômeno.
Aproveitar as oportunidades, usar o poder do momento presente, abraçar a possibilidade que a vida está colocando à sua frente. Respeitar o agora.
Há algo que assusta muito as pessoas, o medo de que algo poderá começar e, não estando perfeito, durará pouco. Seja num relacionamento ou num empreendimento, o medo de que não seja eterno pode ser um terrível inimigo da excelência.
Começamos muitas coisas. Algumas delas durarão. Outras, nem tanto. Aprenderemos com todas, entretanto. É importante fazer. Agir. Sempre haverá um tesouro a se extrair de cada experiência.
Um texto soberbo de Rubem Alves nos fala da pipoca. Segundo o autor, a tradição religiosa africana considera o milho da pipoca uma metáfora para a transformação na vida humana. Por isso é uma comida cheia de significado especial e, assim sendo, muito usada em rituais do candomblé.
O milho pequeno e duro, que nunca competiria com o milho normal, ao ser submetido ao calor, vira uma flor branca, perfumada e macia, que pode ser comida com prazer. Trata-se de um processo de ressurreição onde se deixa de ser de um jeito para ser de outro. E o que acontece com aquele grão que não arrisca aproveitar o poder do fogo, que ignora a oportunidade que a vida está lhe oferecendo? Torna-se um “piruá”, um milho que não virou pipoca. Ninguém chora por ele. Ninguém o devolve uma segunda vez ao poder do fogo. Ele é atirado fora. Teve sua chance e a desprezou.
Agir é colocar energia no passo mais próximo e fazer acontecer.
Se alguém diz: “Quero mudar de profissão”, por exemplo, qual o passo mais próximo? Pode ser estudar para fazer um concurso, conversar com alguém da área que estou mirando, pesquisar as empresas que podem oferecer-me essa oportunidade ou atualizar meu currículo.
Quero sentir maior paz interior. Qual o meu passo mais próximo? Ler acerca de assuntos espirituais, dentro ou fora da minha religião. Freqüentar um centro espírita, uma igreja, um templo budista ou outro qualquer. Dedicar-me imediatamente e com regularidade maior a tudo o que diz respeito à oração e meditação.
Quero ter um corpo mais saudável. Qual meu passo mais próximo? Marcar uma consulta com um médico e programar exames. Optar por legumes e carne branca sem gordura em meu almoço de hoje. Colocar no papel imediatamente meu programa de exercícios físicos.
Em outras palavras, sejam quais forem seus sonhos, comece algo em relação a eles. Já!
Seu eu-futuro agradece.

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Portanto: que aproveitemos o segundo melhor momento!
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(Kau Mascarenhas)

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20- DEVO FICAR OU DEVO IR? FAÇO OU NÃO FAÇO?

domingo, 6 de setembro de 2009










Há muitos momentos na vida em que estamos diante de situações em que a tomada de decisão é algo muito importante.


Should I stay or should I go?


Existe um incômodo, uma determinada coisa na vida já cumpriu sua função e agora é importante transformá-la. Mas, por algum motivo, estamos tolerando.
No meu livro "Mudando para Melhor" (ver trecho reproduzido aqui), utilizo o termo "tolerância" para designar essas coisinhas - ou coisonas! - que estamos deixando que fiquem, quando na verdade já deveriam ter ido embora ou transformadas.
Há uma parte nossa, uma subpersonalidade, que quer a mudança e outra que se agarra na manutenção do processo. Ambas têm ganhos secundários, e intenções positivas, para fazerem o que fazem.
Gosto muito do comercial da Claro que aborda o tema e ilustra muitissimo bem esse instante em que a decisão ainda não foi tomada, em que estamos no limiar entre fazer e não fazer, entre ficar ou seguir.

http://www.youtube.com/watch?v=N6vx9DYluYg


E vc? já esteve em instantes assim? um lado quer, outro não quer?
Vamos compartilhar e comentar
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(Segue trecho do meu livro "Mudando Para Melhor", de Kau Mascarenhas, Ed. Altos Planos)

O QUE VOCÊ VEM TOLERANDO?

“Tolerar é ofender.”
Goethe

Reconhecer quando é chegado o tempo de fazer alterações em diversos campos é de suma importância. Desde nas pequenas como nas grandes coisas. Em diversos contextos.
Há três casos curiosos que ocorreram comigo e ilustram bem essa questão do timing da mudança.
Houve um momento em que, de uma hora para outra, o teclado do meu computador começou a apresentar um defeito. Sumiram algumas letras. Eu teclava “u”, “o” e “v” e nada aparecia. Comecei então a copiar as letras desaparecidas e a colar nas palavras para poder escrevê-las corretamente. Você deve imaginar quanto tempo eu perdia nesse processo. O mais curioso é que levei uns dois dias tolerando esse desconforto, respondendo e-mails através dessa forma absurdamente contraproducente de digitar. Até que em dado momento minha paciência se esgotou, soltei um palavrão, e saí de casa imediatamente para comprar um novo teclado.
Em outra ocasião, por conta da velha falta de tempo, dia a dia adiava levar meu carro à oficina, simplesmente tolerando o barulho esquisito que ele vinha fazendo. Pensava eu: “Ainda vai agüentar um pouco mais. Depois dou um jeito nisso”.
Até que a máquina resolveu parar de vez, e me deixar numa estrada deserta. E, por azar, meu celular não estava carregado, e tive dificuldade em providenciar socorro mecânico.Logo no início da minha vida profissional, como arquiteto recém-formado, dedicava meu tempo a fazer serviços como designer de móveis para uma empresa. Muitas coisas ali dentro não me agradavam sob o ponto de vista do relacionamento interpessoal dos diretores com os membros da equipe e com os clientes. Eu tolerava aquilo tudo e ia “deixando pra lá”, a fim de evitar problemas.
Até que optei por sair da empresa e procurar novos horizontes, criando oportunidades de maior satisfação, qualidade de vida e rendimentos.
E você leitor? Quantas coisas você vem tolerando?
Quantas realidades insatisfatórias, velhas, desagradáveis ou desconfortáveis você simplesmente deixa que façam parte do seu dia-a-dia e não ousa mudar?
Podemos chamar de tolerâncias esses pequenos ou grandes pedacinhos da nossa vida que não funcionam bem e que simplesmente vamos suportando, em função de uma resistência à transformação.
Pode ser desde a torneira do banheiro que sempre fica pingando, ao relacionamento com um ente querido, cheio de brigas e desrespeito. Pode ser desde o relógio com a pulseira quebrada, que você preferiu deixar na gaveta há meses, ao excesso de serviço no escritório, com o qual você já se habituou. Pode ser da pequenina dor no peito, que você vem sentindo há semanas e nunca cuidou, ao sexo sem carinho, mecânico e cada vez mais raro que você tem com seu companheiro ou companheira.O que vem se acumulando em sua vida, em termos de aspectos insatisfatórios? O que merece mudar para melhor e o compele a praticar seu senso de auto-amor, que se mostra sobretudo pelo auto-respeito?

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